Não passava de um medíocre medíocre

Fui ali molhar os pés
no Atlântico
mas já estou de volta.
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Nestes (e noutros) recomeços,
a superstição é uma tradição.
Mas será que a tradição
também
não passa de superstição?
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_Os vizinhos nem se deram conta, mas naquela madrugada do dia primeiro quem brilhou foi o velho Willie.
_Lá pelas tantas da festança de ano-novo (momentos antes da virada), o pobre do bêbado animado e inconseqüente decide acender o pavio. Coloca-se em posição de lançamento, prova os ventos e observa o céu carregado, achando que aquelas nuvens pesadas prometem uma moldura inda mais vibrante para o estupendo estouro. Risca o fósforo. Faísca por alguns segundos.
_3, 2, 1, bum! Foi-se o velho Willie (e o velho ano). Explodiu num emaranhado de cores vibrantes. Ali no quintal escuro, o fogo de artifício infeliz anunciando o fim da contagem regressiva ilumina tudo. O fósforo tinha falhado e ninguém percebeu o (raio do) relâmpago elétrico atravessando o pára-raio improvável de braço erguido e bafo de espumante barato na chuva.
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